Always remember: Elvis is dead, gravity kills and happiness sucks!

domingo, julho 10, 2005

"Minha irmã, filha da puta"

Eu não sei como é o seu rosto. E nem sei como era o dela. Mas isso realmente não tem a menor importância agora. Não agora. E, sinceramente, talvez nunca importe de verdade. Mas o que ele disse me chocou mais do que a imagem. É como uma cena de cinema em que as falas são bem mais importantes que gestos ou olhares. A entonação traz tudo isso: desespero, susto e um tristeza antecipada que ele nunca mais vai esquecer. Nem eu.

Não quero dizer que entendo como ele se sentiu. Mas entendo o que ele sentiu. Entendo porque entro em desespero de pensar em sentir algo parecido. Tenho mais medo de perder meus irmãos do que meus pais. Tenho medo de ter um reação parecida com a dele. E tenho medo de ter uma reação diferente da que ele teve.

Quem é maior? O desespero ou a revolta? A agonia ou a justiça? A cena repete-se de uma forma desordenada desde então. Mas não quero ver isso de novo. Não preciso assistir novamente pra tentar esclarecer alguma dúvida. Não quero saber se a corda arrebentou por negligência. Ela simplesmente arrebentou. E isso já é a tragédia em si. Mas queria saber se ela tinha sido feliz até então. Se ela tinha vivido de verdade. Did she had the time of her life?

Mas o sentimento é de quem fica, e nesse caso ele é totalmente preenchido por angústia, tristeza e saudade. "Minha irmã, filha da puta." Eu nunca vou esquecer que foi assim que ele se expressou naquele momento. Nem ele.

PS: Se você acha realmente necessário assistir ao vídeo pra entender o texto, aqui está ele. Mas eu veementemente desaconselho. As cenas não chocam. As reações sim.