Always remember: Elvis is dead, gravity kills and happiness sucks!

quinta-feira, agosto 04, 2005

Um brinde à gravidade

Heaven knows! São 120 decibéis nos ouvidos, 300 joules no peito, 20 kilos nas costas, 26 anos nos olhos, menos de duas décadas na cabeça, 36 graus nas mãos, 187 centímetros de alto a baixo e ângulos obtusos nos joelhos. Hoje eu ensinei uma pessoa. Mostrei que conjunção pode significar criação. Ela me ensinou que conjugação pode significar união, compatibilidade e superação.

E se Poe rimou tantas belezas sobre corvos eu faço o contrário. De fato não estou amarrado a nenhum penhasco esperando que minhas entranhas sejam devoradas diariamente. O medo da altura se foi. E ainda dizem por aí que numa tempestade em alto mar o Sol nunca se mostra. Por hora basta saber que além das nuvens brilha algo novo.

Um brinde a quem vem aí. "Esse mundo é muito cruel para se colocar deliberadamente uma criança nele". Tem toda a razão. Mas a esperança - ainda que tola e vacilante - renova. O que foi tirado ou roubado é esquecido ou substituído. E é assim com todo mundo que perambula por aí. Pessimistas ou realistas é bom sentir-se vivo e não encontrei quem discordasse disso. Mesmo aqueles que disseram um trágico adeus sorriram de verdade uma última vez há pouco tempo.

Meu tempo por aqui se esgota rapidamente. Mas como o barco que rasga a tormenta, basta saber que além das colunas de água e vapor elétrico explode um novo vento magnético. Minha bússola está desregulada. Mostra as antípodas de onde deveria me levar. Mas mesmo indo sempre a norte, um dia chegarei no sul.

Um brinde à gravidade e a uma Terra redonda. Um brinde ao passado que ensina. Um brinde ao frio que me aquece cada vez mais e mais. Um brinde à cítrica e doce realidade que nos aguarda.